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Mostrando postagens de 2014

What Dreams May Come

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A grande vantagem de ser um escritor talentoso é saber o que dizer sobre aquilo que você pensa. Já uma pessoa fanática pela escrita, pode facilmente se contentar em simplesmente escrever. Hoje esse é o meu caso. Há muito sobre o que discutir e pensar, mas por hora ficarei contente em apenas compartilhar meus devaneios. Eu adorava o Robin Williams e continuarei sempre adorando seus trabalhos, mas ainda assim me atento em não colocá-lo em um pedestal de ouro. Afinal, não é de hoje que celebridades bem vistas pela sociedade se envolvem com drogas e/ou violência doméstica. Então, por incrível que pareça, não é mais um choque tremendo descobrir que um artista tão brilhante está envolvido nesses meios, ou que morreu por tal envolvimento. Mas depressão? Não estou me desfazendo da doença. Sei o quão poderosa pode ser, sei também que ela não escolhe etnia ou classe social e imagino que se esconda atrás de vidas "perfeitas". Eu só não imaginava que ela pudesse alcança-lo.

A Grande Escalada

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Presta atenção que vai ser rapidinho tá? Isso aqui todo mundo conhece... Você nasce, cresce um pouquinho e já te botam na creche: - Não sei o que to fazendo aqui, não sei porque minha mãe não quer ficar comigo, mas tudo bem. Sem problemas! Afinal, aqui o pessoal é parceiro: ri junto e chora junto. E essas coisas coloridas são demais! Posso morder? O tempo passa e quando você finalmente já se acostumou com a creche, te levam para a escola primária: - Pai, acho que a mamãe te explicou o caminho errado... Não é aqui não hein! Ah, quer saber? Não vou reclamar não. O último era legal, esse aqui também deve ser... Quando acaba o primário, você já acha que sabe muito e se pergunta com honestidade o que vem pela frente, porque estudo não pode ser. É aí que você ouve falar sobre Ginásio: - Filho, acorda que o Tio Geraldo já está chegando. - Acordar para quê? Eu acabei o colégio, lembra? E quem é tio Geraldo? Nunca vi no Natal... Então, depois de tanto ser enrolado, finalmente chega

Rascunhos da Alma

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Algumas pessoas já me ouviram falar e alguns leitores do blog já devem ter percebido: sou completamente incapaz de escrever sobre felicidade. Talvez porque estar feliz me faz pensar pouco. Eu reflito muito mais em momentos tristes, ou que não me agradam de modo geral. Acho que todos são assim, na verdade. Então, acho curioso, mas não me incomodo com isso. Porém, há algo que me incomoda: não consigo escrever sobre música também. Apesar da falta de prática (graças a faculdade), os anos que estudei e estive altamente envolvido com a música não se foram. Portanto, me considerarei músico sempre. Agora me respondam, por favor. Que tipo de ser é esse que escreve, se considera músico e não consegue escrever sobre música!? Bem, a verdade é que jamais consegui expressar em palavras o que a música me faz sentir. Um grande escritor certamente seria capaz, mas não me sinto tão culpado. Afinal, vai ver esse é o verdadeiro sentido da música. Deixar que o corpo expresse o que a boca já não é mais ca

A história de um homem bom

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Certa vez eu ouvi sobre homem que sonhava em formar uma família. A história conta que nosso personagem sempre fora paciente e benfeitor. Preocupado com o bem estar dos que o rodeavam e daqueles que não tinham quem os olhasse, o Bonzinho - como era conhecido por muitos - por diversas vezes pôs suas prioridades de lado para ajudar a quem amava. Com o passar do tempo, nosso herói foi se cansando do amor. Era muito difícil não ser correspondido, muito difícil não ver o mesmo empenho recíproco daqueles a quem tanto se dedicou. Então, ele mudou. Primeiro de profissão, depois de casa e do que mais foi necessário. Houveram momentos de glória e todos dizem que nem por um instante ele foi infeliz. Paciente, determinado e até um pouco mágico em suas atitudes, nosso amigo se assemelhava à descrição de um caracol. Sempre devagar e firme em seu caminho, pode até ter sua trajetória alterada, mas isso não impede nosso caracol de vencer os maiores obstáculos e alcançar seus sonhos. Então est

Terra do Nunca

Certa vez, em uma conversa filosófica (para não dizer maluca), um amigo me perguntou: "Cara, você se vê como homem?". Franzi minhas sobrancelhas e esbocei um meio sorriso em resposta. A expressão por si só foi uma ótima reação e traduziu bem o meu "Hã?", enquanto meu rosto se esforçava em não ser desagradável; e em inquietar meus olhos, que passeavam em busca de uma pergunta séria, uma brincadeira de mau gosto, ou até uma piada. Percebendo nitidamente minhas questões ele refraseou: "Você se vê como um homem, ou como um garoto, jovem? A questão é: você se acha adulto?". Não me lembro se respondi a pergunta, mas provavelmente apenas pensei em voz alta. E agora, após anos, a pergunta voltou à tona. Acho engraçado me indagar sobre isso novamente. Eu adorava ser criança e como a maioria, já quis ser o Superman, ou o He-Man. Mas também sempre quis ser adulto. Ser "gente grande", como costumávamos dizer, era outro grande sonho. Uma grande espera. E h