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Mostrando postagens de março, 2012

Você se conhece?

É claro que se não fosse pela prolixidade, que quase me define, este texto poderia ter terminado no título. Mas a grande verdade é que eu me inclino a pensar que a maioria não chegaria, em seus pensamentos, tão fundo quanto eu fui nos meus. Então, resolvi estender essa ideia. Você toma café, ou prefere nescau? Quantos minutos você aguenta ficar em baixo d'água? Você tem medo de altura? Você tem dificuldade para dormir? Essas perguntas são claramente fáceis de se responder. Tanto por você quanto por um parente ou um amigo próximo. Se você acha que se conhece por estas perguntas, sinto muito. Você não me convenceu... Você chora ao ver algum tipo de filme? Que tipo? Se pudesse, você viveria em outro lugar? Aonde? Qual é o seu maior sonho? Bem, essas certamente são perguntas mais íntimas e que certamente apenas pessoas realmente próximas saberiam responder. Mas essas ainda não são as perguntas certas. Para mim, a questão toda é: Por quê você chora, ou deixa de chorar, ao

Harmonia dos momentos

Como é bom viajar! Hoje eu viajei... Saí de casa buscando apenas mais um dia corriqueiro, mas me surpreendi. Saí sozinho e desprotegido. Quando dei por mim já havia sido sequestrado. Aquela rua vazia e arborizada, sendo levemente colorida pelos primeiros raios de sol, mostrou-se um cenário perfeito para que eu me distraísse. E por me distrair não percebi que entrava em um túnel que rondava minha mente confusa em sentimentos passados. Esta armadilha musical, na qual me meti, me seduziu por completo. Havia tanto tempo que eu não ouvia aquela melodia, proibida por mim mesmo, que eu me deixei envolver. Sai de mim, entrei naquele fone de ouvido e contornei sentimentos que deixara de lado, mas com segurança. Foi uma viagem fascinante, como ver um filme antigo. Você já sabe o fim. Já conhece os ganhos e as perdas. Te basta apenas sentar e apreciar cada momento, tirando dele as melhores lembranças e aprendizados. Foi assustador lembrar como uma música era capaz de me fazer chorar, enq

O nunca, sempre nunca será...

E na certeza de que o amanhã virá esquecemos de nós. Perdemos nossa carne e trocamos nossa pele. Dormimos lagartas e acordamos borboletas, sonhamos com mangas e colhemos morangos. Mas quem disse que voar é bom? Que não cansa as asas e seca os olhos? Que não te queima a pele de tanto sol e que não te esgota o quanto procuras por terra firme? Plantar uma semente é fácil. Já fazer uma árvore crescer... Escondemos tanto o passado vislumbrando o futuro que esquecemos da única verdade, o presente. O ontem é uma farsa e o amanhã nunca chegará. Mude o hoje antes que acabe, ou desista de mudar!

No Silêncio

Tudo estava calmamente ocorrendo conforme o previsto. Ela estava a andar pelo jardim com seu príncipe encantado quando subitamente seus olhos ficaram negros. Ele começou um discurso dizendo que temia ferí-la e portanto seria melhor que se retirasse. Claramente ela não pôde compreender o que acontecia ali. Quanto mais entender o porque de seus olhos estarem negros. Os argumentos do cavalheiro lhe pareciam que ele temia magoá-la no campo dos sentimentos, já sua aparência indicava que ela poderia se comprometer de modo físico. A situação não poderia ser mais confusa. E de uma forma ou de outra aquilo já lhe parecia um pesadelo, que ao que tudo indicava, estava apenas começando. Como se fosse possível inverter o sentido do campo gravitacional, seu príncipe se foi. E ao passo que ela procurava por seu encantado, passos lhe batiam cada vez mais fundo em seu tímpano. Alguém se aproximava com toda certeza e então o que era muito estranho começou a lhe parecer muito assustador. Assustador