De Volta ao Rascunho
Há 9 anos eu me apaixonei por uma menina. Foi minha primeira paixão. Contorceu todo o meu sentir de forma inconcebível para mim, naquela época. Eu falava sozinho! E quando falava com pessoas, era sobre ela. Não sabia mais conversar. Havia desaprendido a arte do diálogo comum. Eu só conseguia versar sobre sua existência. Foi num desses momentos que fugiu de minhas mãos meu primeiro poema! Desconsertado e inocente, ele me aliviou de forma inacreditável. Nem todas as músicas e conversas haviam me acalmado como aquele singelo poema. Naquele dia, nasceu em mim o desejo de me saciar em palavras. Emprestar letras a sentimentos, tanto meus quanto dos outros. Resolvi abraçar o desafio de transcrever o inexpressável e de provar o mundo além dos cinco sentidos. O que começou como uma fuga, acabou se tornando um vício. Mesmo no início eu já era dependente da escrita. Era o único meio de livrar minha mente de tantas ideias. Por vezes eu me vi escrevendo à mão, em plena madrugada. Eu quer