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Mostrando postagens de maio, 2015

Tic-tac

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Me debato contra o vento e reluto com cada parte do meu corpo. Não consigo me portar, pois não sei como ser e nem estar. Sinto como se cada parte do meu corpo quisesse correr para um lado diferente, provavelmente à sua procura. Mas se quer sei onde você está agora. Minhas mãos estão sobrecarregadas. Buscam em vão o teu corpo e no desespero de não te encontrar, se perdem. Alternando entre palmas abertas e punhos fechados, não sabem se acalmam meu peito ou se descontam a raiva nos travesseiros. Quero fugir desse mundo em que a sua ausência é normal. Basta fechar os olhos para te ver e dói! Se os abro, você não está, e dói ainda mais. Às vezes eu queria que meu coração parasse um pouco. Só para eu lembrar como é viver sem dor. Eu não vou seguir em frente, eu não vou te superar. Me vestirei da dor de te amar e a saudade será o meu relógio.

O Legista

A sala é quieta e cheia de pensamentos. Não pela presença da morte mas sim pela ausência da vida que um dia existiu. Ali, tudo e nada coexistem em plena harmonia. Talvez, seja o único momento em que o vazio preenche e basta! Acredito que mesmo quando levados ao extremo, nunca expressamos exatamente o que sentimos. Por isso, só você sabe como é ser você. Somente sua boca compreende o quão verdadeira foi aquela gargalhada. Seu coração é o único que sabe como foi difícil continuar batendo depois daquele adeus. E só seus olhos conhecem as verdades que foram ditas, mas aprisionadas pela boca. Por anos a matéria guardou tudo o que esse alguém já foi. Registrou e foi registro de cada ação, desde as mais vitais e inconscientes até as mais brutais. E agora, esse corpo que um dia foi representante da alma, não significa mais nada. A essência do ser se esvaiu. Aqui, na eminência do partir, tudo está lacrado. Em minhas mãos possuo tudo o que restou. Um cofre que não pode ser aberto. U