Tic-tac
Me debato contra o vento e reluto com cada parte do meu corpo. Não consigo me portar, pois não sei como ser e nem estar. Sinto como se cada parte do meu corpo quisesse correr para um lado diferente, provavelmente à sua procura. Mas se quer sei onde você está agora. Minhas mãos estão sobrecarregadas. Buscam em vão o teu corpo e no desespero de não te encontrar, se perdem. Alternando entre palmas abertas e punhos fechados, não sabem se acalmam meu peito ou se descontam a raiva nos travesseiros. Quero fugir desse mundo em que a sua ausência é normal. Basta fechar os olhos para te ver e dói! Se os abro, você não está, e dói ainda mais. Às vezes eu queria que meu coração parasse um pouco. Só para eu lembrar como é viver sem dor. Eu não vou seguir em frente, eu não vou te superar. Me vestirei da dor de te amar e a saudade será o meu relógio.