O Mundo Não Para!
O sofrimento veio das estrelas e, por isso, está espalhado por toda a vida, gravado em nosso DNA. Dos animais selvagens aos grandes homens em seus ternos, estamos todos destinados a sofrer. Não de forma igual (jamais) ou justa (se é que existe justiça no sofrer).
Sofrer é encarar as consequências negativas da vida. É ter de aceitar fatos com os quais não concordamos. Sofrer é uma tentativa constante de consolar a si mesmo; de tentar se desculpar por perder a oportunidade de impedir o que agora já é inevitável; ou então de explicar e convencer-se de que não havia nada que pudesse ser feito.
Todos nós sofremos desde cedo. Mas, em algum momento, aprendemos uma lição muito difícil. Talvez, a mais valiosa e dolorosa de todas: o mundo não para por causa da nossa dor. Não importa o quanto você esteja sofrendo, o relógio não para! E com sua pontualidade, segue todos os compromissos e obrigatoriedades. Nada muda. E isso dói demais!
Mas a vida continua e, assim, também nós não paramos para o sofrimento dos outros. Porque, de alguma forma maluca e distorcida, não afeta a minha vida. Então, continuamos vivendo. Quando uma bomba estoura matando milhares de pessoas, eu ainda vou para o trabalho. Enquanto todos os dias pessoas passam fome, eu continuo incentivando a indústria de alimentos, que mais e mais joga comida fora e maltrata animais. E enquanto familiares ficam anos afastados uns dos outros, eu ainda maltrato aqueles que estão sempre ao meu lado.
Hoje, tudo foi um pouco diferente. Hoje eu fui paciente e sorridente com todos. Hoje eu tomei banho quase sem usar água, pensando naqueles que não a possuem. Hoje, eu comi apenas o necessário. E estive grato pelo que comia, o tempo todo. Hoje eu refleti bastante sobre o assunto e fiz uma oração bem longa por todos aqueles em dificuldade. Mas só hoje.
Amanhá, tudo volta ao normal. Porque o mundo não para! Nem mesmo quando devia...
Sofrer é encarar as consequências negativas da vida. É ter de aceitar fatos com os quais não concordamos. Sofrer é uma tentativa constante de consolar a si mesmo; de tentar se desculpar por perder a oportunidade de impedir o que agora já é inevitável; ou então de explicar e convencer-se de que não havia nada que pudesse ser feito.
Todos nós sofremos desde cedo. Mas, em algum momento, aprendemos uma lição muito difícil. Talvez, a mais valiosa e dolorosa de todas: o mundo não para por causa da nossa dor. Não importa o quanto você esteja sofrendo, o relógio não para! E com sua pontualidade, segue todos os compromissos e obrigatoriedades. Nada muda. E isso dói demais!
Mas qual é a preciosidade dessa grande lição que aprendemos e insistimos em ensinar? Afinal, porque é que o mundo não para? Eu vim do mundo. Eu faço parte dele. Tal como não vivo sem ele, também ele não deveria viver sem mim. E, assim, também ele deveria buscar o meu melhor, preocupar-se comigo e esperar por mim. Parar quando eu sentir que não posso mais andar, aliviar-me da gravidade quando eu não mais conseguir suportar o peso nas minhas costas e me esperar, quando meu coração estiver partido em pedaços.
Mas a vida continua e, assim, também nós não paramos para o sofrimento dos outros. Porque, de alguma forma maluca e distorcida, não afeta a minha vida. Então, continuamos vivendo. Quando uma bomba estoura matando milhares de pessoas, eu ainda vou para o trabalho. Enquanto todos os dias pessoas passam fome, eu continuo incentivando a indústria de alimentos, que mais e mais joga comida fora e maltrata animais. E enquanto familiares ficam anos afastados uns dos outros, eu ainda maltrato aqueles que estão sempre ao meu lado.
Hoje, tudo foi um pouco diferente. Hoje eu fui paciente e sorridente com todos. Hoje eu tomei banho quase sem usar água, pensando naqueles que não a possuem. Hoje, eu comi apenas o necessário. E estive grato pelo que comia, o tempo todo. Hoje eu refleti bastante sobre o assunto e fiz uma oração bem longa por todos aqueles em dificuldade. Mas só hoje.
Amanhá, tudo volta ao normal. Porque o mundo não para! Nem mesmo quando devia...
Amanhã serei covarde! Lembrarei dos problemas que não partilho; das atrocidades que tornam qualquer empecilho que já tive um grande prazer, e seguirei em frente. Com uma sensação de impotência e desprezo pela vida (é verdade) eu viverei, facilmente, mais um dia. Mas eu não desistirei dos meus sonhos pela vida daqueles que não podem sonhar. Eu não largarei tudo, rumo a uma missão de salvamento, ou sequer darei prioridade máxima a fazer minha parte no mundo, todos os dias, sem exceção, pensando naqueles que nem se sentem parte desse mundo. Não!
Amanhã eu apenas escreverei (ou lerei) um texto. Amanhã serei apenas mais um covarde, cujo o maior sofrimento é saber do sofrimento dos corajosos.
Amanhã eu apenas escreverei (ou lerei) um texto. Amanhã serei apenas mais um covarde, cujo o maior sofrimento é saber do sofrimento dos corajosos.
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