Equilíbrio

Hoje eu vim à praia. Não devia! Há muitas coisas sobre o mestrado rodeando a minha mente, mas talvez por isso mesmo é que eu tenha vindo. Então, não sei que dia é hoje pra você e nem onde você está, mas você pode se projetar na praia se quiser, pois é aqui que esse texto está sendo escrito.

Muitos dias marcam as nossas vidas e eu diria que se há uma lembrança é porque houve uma marca naquele dia.
Nossa memória pode ser (e em alguns casos é) transformada em um filme. E assim como nos filmes, existem os personagens principais (você) os personagens amigáveis e os rabugentos.
Digo isso pois eu lembro desses personagens nas minhas lembranças. Então, eu queria saber: quem é você na lembrança de outra pessoa?

Como eu estava dizendo, hoje eu vim à praia. Eu queria silêncio. Eu queria ouvir apenas o mar.
Eu não estou empolgado com tatuis nem com as ondas, mas essa criança está.
Entre gritos e risadas ela quebra o meu silêncio.
Eu poderia ser rabugento agora. Aliás, me conhecendo eu diria que eu devia estar rabugento. Mas acabei me lembrando dos meus dias de criança na praia.

Sem querer me identifiquei. Me vi no mesmo filme, agora em outro papel, e a hora de atuar chegara. O garoto corre em minha direção, de encontro à mãe. A areia é inevitável e meu papel se tornou fácil: mantenho-me sério com olhar de desaprovação, ou sorrio junto com ele.

Estou sorrindo até agora porque percebi que todo dia é o primeiro dia de alguém.
Todos os dias alguém entra na sua cafeteria preferida pela primeira vez, todo dia alguém dirige sozinho pela primeira vez, todo dia uma criança vai à praia pela primeira vez... E se você souber reagir da forma certa, não só pode se livrar de ser um rabugento cheio de reclamações, como pode pegar uma lembrança emprestado.
Então, pergunto de novo: quem você prefere ser?

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